Domingo, 29 Abril 2018 20:00

5 de Junho: Dia Mundial do Meio Ambiente

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TUDO SE TRANSFORMA

Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), enuncio o Princípio da Conservação da Matéria, que celebrizou o cientista francês Antoine-Laurent de Lavoisier, nos idos do século XVIII: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.  Embora todos nós saibamos recitar a famosa frase de cor, parece que a sociedade de consumo moderna não compreendeu bem o que Lavoisier quis dizer há mais de duzentos anos. Explico: hoje, tudo se transforma em lixo; ponto. Estamos entulhando os nossos lixões (quem dera fossem aterros sanitários…) cada vez mais com o lixo que produzimos, esquecendo-nos de que o “tudo se transforma” é uma via de mão dupla; ou seja, aquilo que jogamos fora pode e deve ser reciclado, resultando em um meio ambiente mais limpo, mais saudável, mais bonito. Os dejetos podem também gerar energia, sendo fontes de emprego e renda, como já vem acontecendo em diversas cidades brasileiras e em outros países.  A reciclagem, embora importante, é apenas uma faceta de uma realidade complexa e que precisa ser revista, transformada. Com as atuais tecnologias, o planeta não suporta mais os níveis de consumo observados nos “países centrais”. Ao mesmo tempo, nos “países periféricos”, é a carestia, a extrema pobreza, que vem transformando o meio ambiente. A chamada “revolução verde”, que deu o prêmio Nobel da paz de 1970 para Norman E. Bourlag, aumentou significativamente a produção agrícola de diversos países, livrando parte da humanidade da fome crônica. Infelizmente, no entanto, além de não resolver o problema da fome – que é causada muito mais pelo egoísmo humano do que pela produção de alimentos – as tecnologias criadas por Bourlag e outros resultaram no uso e abuso de agrotóxicos, em concentração fundiária e na dependência de sementes modificadas, alterando significativamente a cultura dos pequenos proprietários. É portanto, oportuno que também transformemos as tecnologias de produção agrícola (e a nossa ética do egoísmo!), tornando-as menos intensivas no uso de agrotóxicos, reduzindo as perdas pós-colheitas e otimizando o consumo de água, dentre outros aspectos. Por outro lado, a produção mundial de automóveis beira os 90 milhões de veículos anuais, sendo o Brasil o quarto produtor mundial. A queima de combustíveis fósseis, tanto pelas usinas termelétricas quando pelos automóveis está lançando grande volume de gases de efeito estufa (principalmente o CO2) na atmosfera. Entra aqui o problema do individualismo na sociedade capitalista, que investiu no transporte individual em detrimento do público, tendo projetado as cidades de forma a criar no cidadão a dependência do transporte a longas distâncias, de preferencia, utilizando carro próprio.

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